Da redação - Roberto Dias  Borba - 12/05/2023 - 12h09min - A farda de militar e o uniforme esportivo sempre estiveram juntos na vida de Silvio Paulo Casali. Na caserna, passou por várias promoções até atingir o grau de coronel. O futebol de salão da época da bola pesada foi a sua inclusão no esporte. Logo de cara estava num dos times que marcou época em Joinville, que foi o Guarany pela conquista do certame estadual de 1963 - aliás o primeiro troféu de um time da cidade no concorrido cenário estadual.

Depois de deixar os quartéis, Casali veio se refugiar na tranquilidade da Manchester catarinense por ser aqui o endereço dos familiares de sua esposa. Não teve tempo suficiente para a aposentadoria. Foi requisitado pelas lideranças esportivas da época para dirigir a FME (atual Sesporte).

O nome de Casali foi entregue ao prefeito Wittich Freitag, em sua segunda eleição para o cargo, como sendo o de consenso para dirigir a entidade do esporte joinvilense. Época em que o cargo estava longe de abrigar políticos. Fez uma administração que se adequava com os recursos que eram disponibilizados para o setor. "Trabalhamos conforme as diretrizes do prefeito e de acordo com os recursos que ele nos destina", disse Casali em uma ocasião quando lhe fiz a indignação sobre os rumos para o nosso esporte.

Na ocasião, o presidente da FME (Fundação de Esportes) revelava para este jornalista, colunista do caderno DC Norte (encarte do Diário Catarinense para a região de Joinville), que havia formulado um projeto que tornaria autossustentável o esporte de Joinville. E para isso dependeria da aprovação pela Câmara de Vereadores.

Na época, Casali já defendia, com este projeto, a separação do esporte da dependência da bondade do prefeito que estivesse no cargo. A boa intenção de Casali ganhou uma das gavetas de algum vereador e o desenvolvimento do esporte da cidade sempre ficou na dependência das migalhas oferecidas pelos alcaides.

A FME, que passou a Secretaria de Esportes (Sesporte), na gestão de 2017 a 2020, surgiu por lei municipal na gestão do prefeito Luiz Lula Gomes, com a ressalva que teria orçamento de 2% da arrecadação municipal. Atualmente, este item do estatuto da Fundação, transformada em secretaria, soa como uma piada.

Casali não teve oportunidade de acompanhar a sonhada liberdade financeira para o esporte de Joinville. Ele faleceu em 1996 em decorrência de leucemia. Ele ganhou o reconhecimento ao ser homenageado com o nome da quadra de esportes da Escola Municipal Professor Rosa Maria Berezoski Demarchi.

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